Hesperian Health Guides

O que é que faz com que a água não seja segura?

Neste capítulo:

A água não é segura quanto contém micróbios, vermes ou produtos químicos tóxicos (para mais informação sobre produtos tóxicos, ver Capítulos 16 e 20). Os micróbios (seres vivos muito pequeninos, demasiado pequenos para serem vistos, que causam muitos tipos de doenças) e os vermes, como o nemátodo da tricuríase, o ancilóstomo e o nemátodo da ascaríase, causam muitas doenças graves.

Os micróbios e os vermes vivem nos dejectos humanos e animais (urina e fezes) e podem causar doenças graves e crónicas quando:  A woman holds a pitcher of water while drinking from a glass.

  • Não há uma boa maneira de eliminar os dejectos humanos e animais;
  • O abastecimento de água não está protegido e não é mantido limpo;
  • Não há água suficiente para lavagens.


Algumas das doenças provocadas pelos micróbios, como a cólera, propagam-se rapidamente e podem causar muitas mortes. Outras doenças causadas por micróbios e vermes podem durar anos e anos e trazer outros problemas de saúde como a desidratação, as infecções, a anemia (sangue fraco) e a malnutrição. Como o sinal mais comum de doenças com micróbios e vermes é a diarreia, estas doenças chamam-se por vezes doenças com diarreia.

A história do Timóteo
A Njoki vivia numa aldeia com o seu filho de um ano de idade, o Timóteo. Tal como os outros aldeãos, ela ia buscar água a uma fonte bem construída há muitos anos atrás por um grupo de desenvolvimento. Nessa altura, quando a bomba se avariou, os trabalhadores de desenvolvimento trouxeram novas peças e arranjaram-na. Mas depois de os trabalhadores de desenvolvimento se terem ido embora, ninguém na aldeia sabia como arranjar a bomba ou onde obter as peças. E, de qualquer maneira, eles não tinham dinheiro para comprar peças.


Por isso, quando a bomba se avariou, as mulheres passaram a ter de ir buscar água a um buraco fora da aldeia. O buraco também era usado pelos animais e estava contaminado com vermes e micróbios. Depois de beber a água deste buraco, o Timóteo ficou doente com diarreia aguada grave. Ele ficou cada vez mais fraco. A Njoki não tinha dinheiro para o levar ao centro de saúde, a muitas horas dali. Em poucos dias, o Timóteo morreu.

A desidratação provocada pelas doenças diarreicas é a causa de morte mais comum das crianças no mundo. A discussão sobre a forma como as pessoas apanham doenças com diarreia continua na página seguinte.

Compreender por que é o que o Timóteo morreu

A actividade “Mas porquê…?” pode ajudar a compreender as várias causas da doença e morte do Timóteo.


O que é que causou a morte do Timóteo? Diarreia e desidratação.

Mas por que é que ele teve diarreia? Porque havia micróbios na água.

Mas por que é que havia micróbios na água? Era um buraco de água sem protecção, contaminado com micróbios e vermes.

Mas por que é que o Timóteo bebeu água de um buraco sem protecção?

A bomba da aldeia estava avariada.

Mas por que é que a bomba não podia ser reparada?

A woman speaking.
Percorra a “cadeia” até não ter mais perguntas. Também pode voltar a um elo da cadeia e fazer mais perguntas sobre causas profundas. Por exemplo:

Mas por que é que a Njoki não tornou a água segura para beber? Ela tinha pouca lenha para ferver a água e não tinha dinheiro para a desinfectar com cloro.

As perguntas “Mas porquê…?” continuam à medida que as pessoas encontram razões para a morte do Timóteo. Uma cadeia de razões desenhada num papel ou num quadro, ou feita com cartão ou tecido, pode mostrar como é que cada causa está ligada às outras causas. Para cada razão dada, é acrescentado um elo à cadeia. Desta forma, as pessoas podem compreender as várias causas da doença e a maneira como estas causas podem ser prevenidas.

illustration of the below: chain links.
Bomba avariada
Dejectos animais
  na água
Falta de lenha para ferver água
Timóteo apanha diarreia
Falta
de bebida hidratante
Falta de dinheiro para
   médico
Timoteo morre
Uma história simples sobre a maneira como os micróbios viajam
illustration of the below: man defecating.
illustration of the below: dog.
EHB Ch5 Page 48-5.png illustration of the below: child with dog.
illustration of the below: mother crouching near child.
1. Um homem faz diarreia na rua. 2. Um cão come as fezes do homem. 3. Uma criança brinca com o cão e apanha as fezes nas suas mãos. 4. A criança começa a chorar, a sua mãe conforta-a. Ela limpa as mãos na saia da mãe.
illustration of the below: hand, cloth and griddle.
illustration of the below: man, woman and two children.
illustration of the below: man, woman and two children looking ill.
5. A mãe cozinha. Os micróbios da saia dela passam para as suas mãos. Ela serve a comida com as mãos. 6. A família come a comida. 7. Mais tarde, toda a família tem diarreia.

Como é que os micróbios e os vermes espalham as doenças

Às vezes, é fácil saber onde é que os micróbios e os vermes estão, sobretudo nas coisas sujas, como as fezes, os alimentos estragados, as casas de banho sujas, etc. Mas, às vezes, eles estão em lugares que parecem limpos, como a água transparente, ou nas nossas mãos.

Os micróbios e os vermes podem passar de pessoa para pessoa através do toque e através do ar, com a poeira ou quando as pessoas tossem ou espirram. Eles podem espalhar-se através da comida ou da água de beber ou podem ser transportados por moscas, outros insectos e animais. Eles também podem viver nos alimentos não cozinhados ou mal cozinhados. Alguns vermes podem ser passadas quando bebemos, pisamos ou nos lavamos com água contaminada ou quando comemos mariscos não cozinhados ou plantas provenientes de locais com água contaminada. Os micróbios e os vermes que causam diarreia viajam por estes caminhos:

arrows showing path of germs from man defecating, to hand, flies, corn stalks and river, to cup and plate of food, to person eating.
Lembre-se, estes são alguns dos caminhos pelos quais os micróbios passam: dedos, moscas, fezes, campos, alimentos e líquidos (água).
Como é que as doenças diarreicas se propagam

Esta actividade ajuda a mostrar como é que os micróbios que causam diarreia passam de pessoa para pessoa. As pessoas fazem desenhos e juntam-nos para formar uma história.
Tempo: 1 a 1½ horas
Materiais: papel pequeno para desenho, papel grande para desenho, canetas ou marcadores coloridos, fita-cola, desenhos para exemplificar

examples of drawings; dirty hands and feet, plate of food covered with flies, man defecating, woman washing plate in stream, and person eating.
  1. Formar grupos de 5 a 8 pessoas. Cada pessoa desenha uma imagem que mostra algo sobre como é que ela pensa que as pessoas apanham diarreia. Cada desenho deve mostrar apenas uma parte da história sobre como é que a diarreia se propaga. Se uma pessoa tem dificuldade em desenhar, pode escrever uma palavra ou ser ajudada por mais alguém.
    Pode ser uma ajuda ter desenhos como exemplo, para estimular a discussão em grupo.
  2. Cada pessoa mostra o seu desenho no seu grupo pequeno. As outras pessoas no grupo contam o que veem. Isto faz-se para que cada pessoa compreenda os desenhos.
  3. Cada grupo põe os seus desenhos por ordem de maneira a contar uma história sobre como é que os micróbios se propagam. Se o grupo vir que faltam desenhos, fazem-se novos desenhos para contar a história.
    Quando os desenhos estiverem por ordem, deve colá-los com fita-cola a um papel maior. Desenhar setas entre os desenhos para fazer um gráfico que conta a história de como os micróbios se propagam.
  4. Cada grupo mostra o seu gráfico aos outros grupos. O grupo que mostra os desenhos conta a história de como é que a diarreia passa de uma pessoa para outra.
  5. O grupo grande discute a actividade. A história de todos os grupos é a mesma? Como é que as histórias são diferentes? Porquê? Falem sobre as maneiras de a diarreia se propagar. Como é que as condições económicas e sociais põem as pessoas em risco? Que comportamentos e crenças põem as pessoas em risco? De que outras formas, que não estão ilustradas na actividade, é que as doenças se propagam?

Doenças diarreicas

crouching child having diarrhea. A maior parte das doenças com diarreia são causadas por falta de água para a limpeza pessoal, casas de banho que não são limpas e seguras, e água e alimentos contaminados.

Sinais

O sinal mais comum de uma doença com diarreia são fezes frequentes, a pingar ou líquidas. Outros sinais incluem febre, dores de cabeça, tremuras, arrepios, fraqueza, dores no estômago e nos intestinos, vómitos e barriga inchada. O tratamento depende do tipo de diarreia que a pessoa tem. Estes sinais podem ajudá-lo a saber que tipo de doença com diarreia é que a pessoa tem:

  • Cólera: diarreia tipo água de arroz, dores intestinais, vómitos.
  • Febre tifóide: febre, dores intestinais fortes, dores de cabeça, prisão de ventre ou diarreia grossa (tipo sopa de ervilhas).
  • Giardíase: diarreia que parece gordurosa, que flutua e cheira mal, dores intestinais, febre baixa, vómitos, gases, os arrotos por vezes cheiram a ovos podres.
  • Disenteria bacteriana (shigella): diarreia com sangue, 10 a 20 vezes por dia, febre, dores intestinais graves.
  • Disenteria amebiana: diarreia 4 a 10 vezes por dia, frequentemente com muco branco, febre, dores intestinais e diarreia logo depois de comer.
  • Ascaríase: barriga inchada, fraqueza, grandes vermes cor-de-rosa ou brancas que podem sair com as fezes ou através da boca e do nariz.
  • Ancilostomíase: diarreia, fraqueza, anemia, pele pálida. As crianças com ancilostomíase podem comer terra.
  • Tricuríase: diarreia, vermes finos cor-de-rosa ou cinzentas nas fezes.


Para aprender mais sobre como tratar doenças com diarreia e infecções provocadas por vermes, ver os Capítulos 16 e 18 no livro da Hesperian Where Women Have No Doctor (Onde Não Há Médico).

Tratamento das doenças diarreicas

A diarreia trata-se melhor dando à pessoa muitos líquidos e alimentos. Na maior parte dos casos, mas não em todos, não são necessários medicamentos (para mais informações, consultar um trabalhador de saúde ou um livro sobre saúde geral como o Where Women Have No Doctor (Onde Não Há Médico)).

  • A disenteria amebiana trata-se melhor com medicamentos.
  • A febre tifóide trata-se melhor com antibióticos, porque pode durar semanas e levar à morte.
  • A cólera trata-se melhor com bebidas hidratantes, muitos líquidos e alimentos de fácil digestão para substituir os nutrientes perdidos através da diarreia e dos vómitos. Os medicamentos podem ser usados para impedir que a cólera se propague.


Se uma pessoa tem diarreia com sangue, febre ou está muito doente, precisa de ir imediatamente a um centro de saúde.

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Diarreia e desidratação

Muitas pessoas morrem de doenças com diarreia, sobretudo as crianças. É frequente elas morrerem porque ficaram desidratadas.

As pessoas de qualquer idade podem ficar desidratadas, mas a desidratação grave pode acontecer mais depressa com as crianças pequenas e é muito perigosa para elas.

Qualquer criança com diarreia aguada está em perigo de desidratação. Dê-lhe muitos líquidos e leve imediatamente as crianças pequenas com sinais de desidratação para o centro de saúde.

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Sinais de desidratação
Depressão da moleirinha nos bebés
Olhos encovados e sem lágrimas
Sede e boca seca
Perda súbita de peso
Pouca ou nenhuma urina, ou urina amareloescuro
Perda de elasticidade da pele
Levante a pele entre dois dedos, assim
Se a pele não voltar à forma normal, a criança está desidratada.
Prevenir ou tratar a desidratação

Quando uma criança tem diarreia aguada ou diarreia e vómitos, não espere pelos sinais de desidratação. Tem que agir rapidamente.

  • Dê-lhe muitos líquidos para beber, como por exemplo uma papa de cereais fina ou papa de aveia muito diluída, sopa, água ou uma bebida hidratante.
  • Continue a dar-lhe comida. Assim que a criança doente (ou o adulto) puder comer comida, dê-lhe quantidades frequentes das comidas de que ela gosta. No caso dos bebés, continue a amamentar com frequência — antes de lhe dar quaisquer outras comidas ou bebidas.
  • A bebida hidratante ajuda a prevenir ou tratar a desidratação. Não cura a diarreia, mas pode ajudar a pessoa doente até que a diarreia passe.
Como fazer uma bebida hidratante

Aqui estão 2 formas de fazer uma bebida hidratante. Se puder, acrescente meia chávena de sumo de fruta, água de coco ou uma banana madura esmagada a cada uma das bebidas. Estes contêm potássio, um mineral que ajuda a pessoa doente a aceitar mais comida e bebida.

Dê pequenos goles desta bebida à criança de 5 em 5 minutos, dia e noite, até que ela comece a urinar normalmente. Uma pessoa grande precisa de 3 ou mais litros por dia. Uma criança pequena precisa habitualmente de pelo menos 1 litro por dia ou 1 copo por cada descarga de fezes aguadas. Continue a dar a bebida com frequência e em pequenos goles. Mesmo que a pessoa vomite, nem toda a bebida será vomitada. Passado um dia, deite fora a bebida e faça uma nova mistura, se necessário.


Feita com cereal em pó e sal

(É melhor arroz em pó. Mas pode usar milho muito moído, farinha de trigo, mapira ou batatas cozidas e esmagadas.)

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Em 1 litro de ÁGUA limpa, pôr metade de uma colher de chá normal com SAL


e 8 colheres de chá cheias com CEREAL em pó.
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Ferver durante 5 a 7 minutos para formar uma papa líquida ou aguada. Deixar arrefecer a bebida rapidamente e começar a dá-la à pessoa doente.

CUIDADO: Provar a bebida de cada vez que a der, para garantir que não se estragou. As bebidas com cereais estragam-se em poucas horas com tempo quente.

Feita com açúcar e sal

(Pode usar açúcar não refinado, castanho ou branco, ou usar melaço.)

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Em 1 litro de ÁGUA limpa, pôr metade de uma colher de chá normal com SAL

e 8 colheres de chá normais de AÇÚCAR.
Misturar bem
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CUIDADO: Antes de juntar o açúcar, provar a bebida e garantir que está menos salgada do que as lágrimas.

IMPORTANTE! Se a desidratação piorar ou aparecerem outros sinais perigosos,

procure ajuda médica
Parar a propagação da diarreia

Esta actividade usa as histórias da actividade “Como é que as doenças diarreicas se propagam” para mostrar como é que se impede que a diarreia se propague.

  1. Tempo: 30 minutos a 1 hora
  2. Materiais: folha grande de papel de desenho, canetas ou marcadores de cor, fita-cola, imagens da actividade “Como é que as doenças diarreicas se propagam”.
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  1. Trabalhar com os mesmos grupos pequenos da actividade anterior. Cada grupo olha para as imagens sobre “Como é que as doenças com diarreia se propagam”. Depois, falam sobre as formas para parar a propagação das doenças lavando as mãos, usando água, etc. Cada uma destas acções é uma barreira que bloqueia a propagação da diarreia.
  2. Quando o grupo concorda sobre quais as barreiras que vão fazer parar a propagação dos micróbios, faça o grupo desenhar imagens que mostrem as várias maneiras de parar a propagação das doenças com diarreia.
  3. Depois, o grupo fala sobre como mudar a história de “Como é que as doenças com diarreia se propagam” para “Parar a propagação da diarreia”. Onde é que os novos desenhos entram na história para que parem a propagação da doença? Os novos desenhos são colados com fita-cola nos lugares da história antiga para mostrar como é que a história pode mudar.
  4. Cada grupo mostra as suas novas histórias. O grupo grande fala sobre quais as barreiras à doença que eles usam e quais as que não usam. Todas as barreiras à doença funcionam em todas as situações? Porquê? Por que não? Por que é difícil usar algumas destas barreiras? Como é que a comunidade pode trabalhar em conjunto para garantir que as doenças com diarreia não se propagam?
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Dracúnculo (filária-de-medina)

O dracúnculo ou filária-de-medina é um verme longo e fina que vive debaixo da pele e que faz uma ferida dolorosa no corpo. O verme, que parece um fio branco, pode crescer até mais de 1 metro de comprimento. O dracúnculo encontra-se em partes da África, porém não existe em nehum país d'espressão portuguesa. Está em vias de eradicação.

Sinais

Um inchaço doloroso, habitualmente no tornozelo ou na perna, mas que pode desenvolver-se noutra parte do corpo. Uns dias ou uma semana depois, forma-se uma chaga que rebenta rapidamente e forma uma ferida. Isto acontece frequentemente quando a pessoa está na água ou a tomar banho. Pode ver-se a ponta de um verme tipo fio branco a sair da ferida. O verme sai do corpo na semana seguinte. Se a ferida apanhar sujidade e ficar infectada, ou se o verme se partir ao tentar tirá-la, a dor e o inchaço alastram-se, e andar pode tornarse muito difícil.

O dracúnculo propaga-se de pessoa para pessoa da seguinte forma:

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1. Uma pessoa infectada, com uma ferida aberta, caminha num buraco com água. O verme salta para fora da ferida e põe ovos na água.
2. Pequenas pulgas da água comem os ovos do verme.
3. Outra pessoa bebe a água e engole as pulgas e os ovos do verme da água.
4. Alguns dos ovos desenvolvem-se devagar e transformam-se em vermes debaixo da pele. Um ano mais tarde, forma-se uma ferida quando um verme atravessa a pele para pôr os seus ovos.

Para prevenir os dracúnculos, proteja os pontos de água e filtre a água. Se ninguém caminhar ou tomar banho em água usada para beber, a infecção não pode ser transmitida aos outros e acabará por desaparecer na região.

Bilharziose (shistosomíase, febre do caracol)

Esta infecção é causada por um tipo de larva que entra no sangue através da pele depois de a pessoa caminhar, lavar-se ou nadar em água contaminada. A doença pode causar danos graves ao fígado e aos rins e pode levar à morte depois de meses ou anos. As mulheres correm maior risco de infecção por bilharziose, porque passam muito tempo dentro ou à volta da água — a ir buscá-la, a lavar as roupas e a dar banho às crianças.

Às vezes, não há sinais iniciais. Um sinal comum nalgumas áreas é a presença de sangue na urina ou nas fezes. Também pode causar feridas genitais nas mulheres. Em áreas onde esta doença é muito comum, até as pessoas que só têm sinais ligeiros ou dores de barriga devem ser testadas.

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A bilharziose propaga-se assim:

1. Uma pessoa infectada urina ou defeca na água.
2. A urina ou as fezes têm ovos de verme.
3. Os ovos de verme chocam e as larvas entram em caracóis.
4. As jovens larvas deixam os caracóis e entram noutra pessoa.
5. Desta maneira, alguém que se lave ou nade na água onde uma pessoa infectada urinou ou defecou também pode ficar infectado.
Tratamento

A bilharziose trata-se melhor com medicamentos. Consulte um trabalhador de saúde ou um livro de saúde geral como o Where Women Have No Doctor (Onde Não Há Médico). As feridas genitais e o sangue na urina também são sinais de infecções transmitidas sexualmente (ITS). Algumas mulheres não vão procurar tratamento porque têm medo que lhes digam que têm uma ITS. A falta de tratamento pode causar outras infecções graves e pode tornar as mulheres inférteis (incapazes de engravidarem).

Prevenção

A bilharziose não passa directamente de pessoa para pessoa. Durante parte da sua vida, as larvas da bilharziose podem viver dentro de um certo tipo de caracol aquático pequeno. Podem organizar-se programas comunitários para matar estes caracóis e prevenir a bilharziose. Estes programas só funcionam se as pessoas seguirem os passos preventivos mais básicos: nunca urinar ou defecar dentro ou perto de água.



Esta página foi actualizada: 24 abr. 2024